quinta-feira, 2 de dezembro de 1999

MOMENTOS ESPIRITUAIS COM O ORIENTADOR ESPIRITUAL DO CPPE - CARIDADE

A CHAMA INDÍGENA DOS 500 ANOS DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL
02/12/1999


Extraido do Livro "O Homem dos Dois Mundos". Parte Espiritualidade.
Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté

Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE


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O reconhecimento e a gratidão são pérolas do Colar das Virtudes que devemos cultivar por serem elos que estreitam a unificação.

Com referência a estas virtudes, reconhecimento e gratidão, o atual governo brasileiro achou por bem erguer três piras no Parque da Capivara, no Piauí, em frente à Pedra Furada, para albergar a chama que representa os 500 anos do descobrimento do Brasil.

Cada uma delas representa os povos pioneiros desta terra: o índio, o branco e o negro.

A primeira pira que recebeu a chama ardente foi a que homenageia o nosso índio. Este reconhecimento por parte do governo brasileiro é elogiável, porque nele dá seu atestado de agradecimento a esses Espíritos que reencarnaram aqui na condição de silvícolas para se tornarem os guardiões de Pindorama, da Terra de Santa Cruz, Terra dos Brasis, País de Arabutã.

Aqui, nos oportuniza mais uma vez, ressaltarmos o porquê que a Umbanda, esta expressão de religiosidade genuinamente brasileira, a única religião que não foi importada para nosso solo pátrio, se fundamentou nos idos 1908, onde reuniram em suas fileiras espirituais todas as raças e todos os povos, tiveram a preocupação de incluir em seus misteres religiosos prestar referência a esses Espíritos que um dia foi indígena, preparando a recepção para os pseudos descobridores e braços escravos.

Nesse re-ligar espiritualizado as mentes pensantes que idealizaram a Umbanda no Astral Superior ou Mundo Paralelo ou Outra Dimensão no século XVIII, também, escolheu um termo para designar esses espíritos que depois de cumprido a sua valorosa missão reencarnatória, pudessem ter a oportunidade de retornar até nós por meio da mediunidade de reencarnados e nesse intercâmbio transbordar a taça da sabedoria de suas vivências como conhecedores de uma cultura nativa. Então acharam por bem denominá-los com o codinome de CABOCLOS e CABOCLAS. E com o passar do Tempo foram se enfileirando nessa grande massa de trabalhadores espirituais, Espíritos de várias nacionalidades, graus de conhecimento e aptidões, formando uma frente multidisciplinar em conhecimento, cultura e profissionalismo, bem como religiosidade, uma vez que a Umbanda é eclética, católica e universalista, recebendo em seu seio todos os povos e todas as raças, tanto para o trabalho dos desencarnados para os encarnados e vice-versa.

Essa denominação Caboclo e/ou Cabocla é uma referência ao Povo Caboclo, os quais são pessoas descendentes dos índios, brancos e negros, que apesar de sua humildade, eles se tornaram mais organizados que os índios, tendo fundamentalmente baseado seu estilo, uns na floresta, outros na terra cultivada e gado e outros dos frutos obtidos do rio. Ainda hoje eles são encontrados na Bacia Amazônica.

Eles se subdividem em agrupamentos, existem os Caboclos das Várzeas, Caboclos dos Rios e Caboclos das Florestas, comercializando com os povos das cidades.

Como exemplo atual, podemos citar um povo caboclo denominado RAIMUNDO, que vive na floresta amazônica perto do rio. Com relação à Umbanda, ela hoje tem ingresso em seu contingente de obreiros espirituais, espíritos que não foram indígenas, mas que se afinam com o trabalho de assistência a mundo físico na forma como é desenvolvido nos Centros ditos de Umbanda, e unidos aos que realmente foram indígenas, mantém-se no anonimato usando codinomes simples, mas que traz sempre uma mensagem a ser refletida, como exemplo: o CabocloSeu Pena Verde”, “Caboclo Urubatã”, “Caboclo Sete Flechas”, etc...

Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE

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